

Coordenação de Projetos
Na indústria imobiliária, a coordenação de projetos pode ser exercida por uma equipe interna à empresa construtora; pela empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto arquitetônico do empreendimento (modelo tradicional); por profissionais ou empresas contratados especificamente para exercer esta função (coordenação independente); ou, ainda ser compartilhada entre dois ou mais agentes.
Em qualquer um dos casos acima, cabe à coordenação de projetos garantir que as soluções técnicas desenvolvidas pelos projetistas de diferentes especialidades sejam congruentes com as necessidades e objetivos do cliente, compatíveis entre si e com a cultura construtiva das empresas construtoras que serão responsáveis pelas respectivas obras. As principais tarefas a serem cumpridas pela coordenação de projetos estão relacionadas à organização e ao planejamento do processo de projeto e à gestão do processo de projeto.
Para isso, é de fundamental importância que o cliente-contratante dê autonomia à coordenação dos projetos, de modo que ela possa atuar e tomar decisões, e possa solicitar respostas dos projetistas para as necessidades encontradas, conferindo-lhe, assim, a autonomia necessária à gestão do processo de projeto. Assim, as atividades compreendidas pela coordenação de projetos devem se iniciar desde a fase de Concepção de Projetos.
Assim, desde o real início do empreendimento, a coordenação de projeto envolverá funções gerenciais, com o intuito de fomentar a integração e a cooperação dos agentes envolvidos, e funções técnicas, relacionadas com a solução global dos projetos e a integração técnica entre as diversas especialidades de projeto, e entre o projeto e o sistema de produção da obra.
O planejamento do processo de projeto compreende: estabelecer os objetivos e parâmetros a serem seguidos no desenvolvimento dos projetos; definir os escopos de projeto, segundo especialidades e etapas de projeto; planejar os recursos para desenvolvimento dos projetos; planejar as etapas e os prazos de desenvolvimento dessas diversas etapas, no todo e por especialidades de projeto, para se estabelecerem cronogramas.
A gestão do processo de projeto, por sua vez, exige: controlar e adequar os prazos planejados para desenvolvimento das diversas etapas e especialidades de projeto – gestão de prazos; controlar os custos de desenvolvimento dos projetos em relação ao planejado; fomentar e garantir a qualidade das soluções técnicas adotadas nos projetos; validar (ou fazer validar pelo empreendedor) as etapas de desenvolvimento e os projetos dela resultantes; fomentar a comunicação entre os participantes do projeto, coordenar as interfaces e garantir a compatibilidade entre as soluções das várias especialidades envolvidas no projeto; integrar as soluções de projeto com as fases subseqüentes do empreendimento, nas interfaces com a execução e com a fase de uso,operação e manutenção da obra.
Na atuação da coordenação de projetos, devem ser ainda considerados requisitos das fases do ciclo de vida da edificação posteriores à execução das obras (que envolvem seu uso, operação e manutenção e a manifestação dos aspectos de desempenho, consumo de energia e de água, geração e tratamento de resíduos, etc.), os quais são de grande relevância e fortemente afetados pelas decisões tomadas em projeto.
No entanto, o escopo de coordenação de projetos como um todo, que pode trazer melhorias de qualidade e melhores resultados econômicos e de mercado para os empreendimentos, ainda não é totalmente difundido e, muito menos, uniforme.
Conclui-se que os processos de projeto, em muitos casos, poderiam reduzir de forma significativa seus índices de retrabalho, desde a fase de projeto até a própria entrega das obras, com a adoção integral das práticas recomendadas de coordenação de projetos.